Seguidores

quarta-feira, julho 21, 2010

Qualidade de vida...


Têm-se falado muito a respeito da qualidade de vida. Fazem-se comparações entre o passado e o presente. Fala-se das conquistas médicas, que possibilitam uma perspectiva maior de vida, do conforto que a tecnologia proporciona.
Tudo está correto. Contudo, estamos nos esquecendo de olhar para outro lado.
Referimo-nos aos idosos que são deixados nos asilos, nas clínicas de repouso ou mesmo em dependências específicas do lar, entregues à ociosidade, ao não fazer nada.
Consideram alguns que basta ao idoso ter alimentação, estar asseado, ter um lugar para sentar, outro para dormir.
Estamos nos esquecendo de que são seres humanos, que foram produtivos até ontem.
Foram jovens, amaram, tiveram sonhos, criaram filhos, educaram e os entregaram ao mundo. A sociedade de hoje também é produto dos seus esforços.
E não é simplesmente por estarem em idade avançada que deixam de ter sonhos, de acalentar esperanças.
Somos nós mesmos, pelas nossas atitudes, que lhes incutimos a crença de que somente devem aguardar a morte, que já fizeram tudo o que podiam.
Dia desses, ouvimos de uma senhora que os idosos precisam de quietude e repouso, que não podem sair da rotina para não ficarem atrapalhados, confusos.
Que eles necessitam estar sozinhos, que a presença da família os prejudica.
Mas colocando-nos no lugar deles, será que almejaríamos ficar assim, em um quarto a sós, sem quem nos falasse, incentivasse, visitasse?
Será que o fato de envelhecermos faz com que o coração esqueça os afetos e desejemos a solidão?
Por isso é que os que entram na velhice e avançam no tempo, vivem de recordações. Nós não lhes alimentamos as horas com as nossas presenças.
Por que não permitir que as crianças lhes façam companhia, brinquem com eles, os agradem?
Agindo assim, permitiremos ao idoso a convivência com a alegria, a música, a vivacidade dos pequenos, suas mil peripécias, tanto quanto estaremos dando às crianças lições de vida.
Afinal, se chegarmos à idade dos nossos avós, como gostaríamos de ser tratados? Desejaríamos ser isolados do restante da família, simplesmente porque já não seguramos com tanta firmeza o talher, ou derramamos o alimento?
Lembremos de como nos trataram nossos pais, quando criança. Jamais fomos isolados num canto da casa, pelo simples fato de não sabermos sustentar a colher ou nos lambuzarmos, no aprendizado de levar o alimento à boca.
Se rodeamos a infância de cuidados e atenções, não nos esqueçamos dos nossos idosos, que envelheceram no labor e com seu suor nos forneceram bases para o que hoje somos.
Não afirmemos simplesmente: Idoso é assim mesmo. Porque cada um deles é um ser único, com sua individualidade, sua gama de sonhos e carências.
Ornemos a vida dos nossos queridos velhos com nossa presença amiga, alegre, otimista. Afinal, se não morrermos antes, também chegaremos lá.
(Redação do Momento Espirita)

Foto: Grupo de idosos da comunidade que participo e colaboro, passeio realizado para uma melhor conscientização e interação entre os idosos e seus familiares.

Amo tudo isso!!!

10 comentários:

  1. Querida amiga, hoje o meu tempo disponivel é bem pouquinho, mas quando já não trabalhar, se Deus me der saúde gostaria de poder fazer voluntariado e seria junto de pessoas idosas.
    Doi-me a alma saber que as pessoas depois de uma vida de trabalho e quando já estão na recta final dos seus dias e mais precisam de uma palavra de carinho, de um pouco de atençaõ, são esquecidas e ignoradas pelos seus familiares.
    Deve sentir-se muito feliz com o que faz.
    Quanto á minha Diana, ela fez boa viagem, está esta semana instalada num hotel em Copacabana e anda à procura de casa, para ela e para mais 2 amigos. Não tem sido nada fácil, está farta de procurar e telefonar e, ou não encontra o que necessitam ou é muito caro e não dá para pagar. Enfim quando ela conseguir tirasse-me um peso das costas. Só peço a Deus que a acompanhe e proteja.
    Obrigado pelo seu carinho e atenção.
    bjs do tamanho do infinito
    Maria

    ResponderExcluir
  2. Querida Dora... tudo é bem verdade o que escreveu! Lamentávelmente é a sociedade que temos hoje.
    Nem sequer imaginam que, se não morrerem de novos, morreram de velhos, e digo com toda a sinceridade; me dá um medo tremendo ser colocado como muitos fazem aos seus familiares! É lamentável, fazerem deles aquilo que eles mesmo não fizeram a seus filhos. Esta tua postagem mecheu muito com meu coração... não suporto ver fazer isso a quem lutou e fez pelos seus.

    Um grande beijo

    Grande coração o teu.
    Te adoro...

    ResponderExcluir
  3. Olá Dora, como vai? Existe uma lei de 94, se não me engano, que criou normas para os direitos sociais dos idosos. Não sei se você lembra. Na ocasião, participaram professores, idosos ativos e várias entidades.Mas quem disse que a Lei é cumprida? Isso é Basil, não é Dora?
    Parabéns pelo belo trabalho que o grupo está fazendo.
    Um beijo

    E.T. Deaculpe a minha ausência.Estou com a casa cheia de visitas e netas.

    ResponderExcluir
  4. Dora como gosto de conversar com um idoso, mas faz bem, e vejo a alegria deles resplandecerem emm seus olhares...
    Parabéns pelo trabalho que realizas...

    Abraços!!!

    ResponderExcluir
  5. Hoje passando para agradecer sua visita e carinho.

    Abraços com carinho

    Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.
    Amir Klink

    ResponderExcluir
  6. Dora

    Temos uma sociedade que desvaloriza a velhice e lhe relega a um papel de estorvo e inutilidade.

    A super valorização da saúde física e da beleza, apenas exterior, não é capaz de perceber e se beneficiar da experiência, maturidade e bom senso que só o tempo na maioria dos casos traz ao ser humano.

    Parabéns pela matéria e por seu engajamento nessa atividade.

    Grande abraço

    ResponderExcluir
  7. Dora,
    Li com atenção esse texto e achei maravilhoso, muito oportuno e apropriado, principalmente levando-se em consideração que vivemos numa sociedade que idolatra a juventude. Os velhos? Esses ficam para depois. Mas, noto que as coisas estão mudando e, para melhor. Ainda bem.

    Sabe, amiga tenho dois textos que escrevi sobre a velhice, que complementam esse aqui. Vou deixar os links e tu dá uma lida. Aí a gente pode linká-los e o pessoal tem acesso a todos eles. Que tal?

    Tenho feito assim com outros blogs, quando os assuntos se complementam. Gosto de compartilhar o conhecimento.

    Eis os links:
    http://marliborges.blogspot.com/2010/01/velhice-de-nossos-pais.html

    http://marliborges.blogspot.com/2010/04/blogagem-coletiva-outono.html

    Um beijo.

    ResponderExcluir
  8. Além do questionado no post, ainda temos que pensar que somos almas, que temos a nossa subjetividade, nossos anseios em relação à vida que não cessam com o envelhecimento do corpo. Há uma visão muito materialista que predomina nessa análise, às vezes infantilizando demais os idosos, ignorando os seus desejos de pessoa...enfim, não deixamos de estar em movimento de evolução e questionamento constante porque o nosso corpo já não possui o vigor de antes. É preciso escutar a pessoa idosa e respeitar o seu desejo.

    ResponderExcluir
  9. Sei muito bem amiga como é isto tudo,estes enganos.Estive diretora de um lar para idosos por dois anos,e anteriormente já trabalhava com eles.As visitas falam com eles coco se fossem idiotas...Ninguém merece!!!Parabéns pela blogada.

    ResponderExcluir
  10. Dora, Dora, seu conteúdo se faz do tamanho dos sonhos de cada um deles...respeitar e ser respeitado, é o que eles realmente querem. Meu marido tem 75 anos de vida linda e bem saudável. Em tempo em que também trabalhei numa Instituição, levava o que de melhor possuo. meu amor.
    Parabéns pelo que és.

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar! Fique a vontade para voltar outras vezes.
Para mim será sempre uma alegria renovada.