Tolerância é a capacidade de aceitar o diferente. Não confundir com o divergente.
Intolerância é não suportar a pluralidade de opiniões e posições, crenças e idéias, como se a verdade fizesse morada em mim e todos devessem buscar a luz sob o meu teto.
Conta a parábola que um pregador reuniu milhares de chineses para pregar-lhes a verdade. Ao final do sermão, em vez de aplausos houve um grande silêncio.
Até que uma voz se levantou ao fundo: "O que o senhor disse não é a verdade". O pregador indignou-se: "Como não é verdade? Eu anunciei o que foi revelado pelos céus!".
O objetante retrucou: "Existem três verdades. A do senhor, a minha e a verdade verdadeira. Nós dois, juntos, devemos buscar a verdade verdadeira".
Só os intolerantes se julgam donos da verdade. Assim ocorreu com Milosevic, ao manter-se intransigente e não admitir os direitos dos kosovares, e com Clinton, ao decidir que seus mísseis seriam o melhor argumento para convencer o mundo de que a Casa Branca tem sempre razão.
Todo intolerante é um inseguro. Por isso, aferra-se a seus caprichos como um náufrago à tábua que o mantém à tona.
Ele não é capaz de ver o outro como outro. A seus olhos, o outro é um concorrente, um inimigo ou, como diz um personagem de Sartre, "o inferno". Ou um potencial discípulo que deve acatar docilmente suas opiniões.
O tolerante evita colonizar a consciência alheia. Admite que, da verdade, ele apreende apenas alguns fragmentos, e que ela só pode ser alcançada por esforço comunitário. Reconhece no outro a alteridade radical, singular, que jamais deve ser negada.
Ser tolerante não significa ser bobo. Tolerância não é sinônimo de tolice.
O tolerante não desata tempestade em copo d’água, não troca o atacado pelo varejo, não gasta saliva com quem não vale um cuspe.
Ele jamais cede quando se trata de defender a justiça, a dignidade e a honra, bem como o direito de cada um ter seus princípios e agir conforme sua consciência, desde que isso não resulte em opressão ou exclusão, humilhação ou morte.
Das intolerâncias, a mais repugnante é a religiosa, pois divide o que Deus uniu.
Quem somos nós para, em nome de Deus, decretar se esses são os eleitos e, aqueles, os condenados?
Só o amor torna um coração verdadeiramente tolerante. Porque quem ama não contabiliza ações e reações do ser amado e faz da sua vida, um gesto de doação.
Frei Betto
Linda e sábia mensagem,Dora!!Bom te ver!!beijos,chica e lindo dia!!
ResponderExcluirA capacidade de aceitar
ResponderExcluirNão confundir com o divergente
Porque a tolerância faltar
E quem promete faz diferente!
Boa quinta-feira para você,
amiga Dora Regina,
um abraço
Eduardo.
Dora, vim visitar hoje seu blog que sigo não é de hoje mas pouco visito, e encontrei o compartilhamento recente de um texto muito bom, aliás como costumam ser mesmo os escritos de Frei Beto.
ResponderExcluirQuanto à mencionada tempestade em copo d'água, que eu saiba, só foi útil e provavelmente afortunante num caso: O do inventor dos comprimidos efervescentes tipo Sonrisal.
Tudo de bom pra você e até qualquer momento.
Dora, há muita divergência entre a tolerância e a intolerância. Há muita coisa que se diga. Há diversos modos de ver a mesma situação. Tudo depende do momento...
ResponderExcluirCreio que este trecho retrata na perfeição a tolerância e a intolerância:
"Tolerância é a capacidade de aceitar o diferente. Não confundir com o divergente.
Intolerância é não suportar a pluralidade de opiniões e posições, crenças e idéias, como se a verdade fizesse morada em mim e todos devessem buscar a luz sob o meu teto."
Um grande abraço!
Leandro Ruiz
Tolerância...é para ser praticada por TODOS! Porque todos temos direito à mossa liberdade que deve ser respeitada por todos.
ResponderExcluirBeijo
Graça
Infelizmente a intolerância prospera.
ResponderExcluirBeijinho para si!
Olá, querida
ResponderExcluirUm Tema bem atual e que precisa de ser meditado em princípio dentro de nós para que seja irradiada a serenidade ao nosso redor por nós...
Deus te cubra de MUITAS Bênçãos e te faça MUITO feliz!!!
Bjs festivos de paz