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sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Soneto de Separação - Vinicius de Moraes

 
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das boc
as unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
 
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama                                
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante                                                                 
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente